11 de setembro de 2010

Metáforas literais

Chegando em casa sozinha a mocinha resolve mexer no baú antigo da família. Aquele meio empoeirado, cheio de livros e lembranças, que toda família tem. Fotos antigas, cartas antigas, gostinho de família, e cheirinho de infância. No meio da parafernalha ela avista aquele livrinho de capa azul, com as letras das canções que embalaram durante anos as suas manhãs de domingo. Ela abre, e para seu espanto, ela ainda sabia a maioria daquelas músicas. Principalmente uma, a que a fez chorar... quando entoando aquela melodia voltou exatamente ao momento lindo onde cercada de amigos de verdade, todos cantaram juntos! Naquele momento ela descobrira verdadeiramente o sentido da palavra saudade. As lágrimas não puderam se esconder mais. Não sabia se a alegria de ter vivido aquele momento superava a saudade de ele ter passado. Mas ela sabe, que em algum lugar onde as pessoas boas habitam há uma mocinha, igual a ela, que a entenderá e a presenteará com a sua amizade. Dentre os pensamentos que a bombadeavam, veio a amiga que ganhara de presente do seu amor na semana passada. Aquela amiga linda de abraço apertado. Mas foi dada, e não conquistada, então não vale! Pois as amiguinhas de verdade vem por acaso. Num dia qualquer, onde por acaso descobre-se algo em comum. Mergulhada em seus pensamentos... Trrriiiimmmm!!!! O interfone. Ela pega todas aquelas coisas, todos os livros, cartas, lembranças, canções e guarda rapidamente no baú, para voltar para a sua vida de realidade, onde não a permitem tirar os pés do chão. E ninguém nunca saberá das saudades que ela sente, e daquela tarde mágica. A não ser ela, eu, e você leitor.

Um comentário:

  1. Nossa Julia!! muito bonito esse post! Também tenho um baú desses, mas ele só tem umas fotos de família mesmo pq não conversava com quase ninguém né XD.
    Paz e amor, parabéns pelo texto!

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