Rosa

Novembro, a chuva do mês de novembro não para de cair... Os pingos batem na janela e escorrem como quem foge da dor, a neblina esconde as montanhas e o frio a consome. O barulho da chuva a acalma, nenhum trovão. O vento uiva querendo entrar, como alguém que quer entrar novamente em sua vida a qualquer custo e Rosa fecha as cortinas para não ver aquela tempestade. Mas é inevitável! Rosa precisa sair, precisa viver, não pode ficar presa por uma simples tempestade. Ela não tem uma redoma, ela não é uma flor! Ela só quer se esconder da chuva que tanto a machuca, da chuva de granizo que fere sua pele e seu coração. Mas não dá, ela tem que sair e viver, mesmo sabendo que nada a defenderá das pedrinhas geladas que chegam até ela fazendo o seu coração chorar. Cadê o sorriso de Rosa? Ninguém sabe, ninguém viu. Todos só sabem atirar nela sem dó nem piedade cobranças que ela mesma não entende muito bem. Ela é muito jovem e ainda não aprendeu a manusear seus espinhos, se fere e fere os outros sem saber, e sem querer...